quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Circuitos elétricos em guitarras - parte III - Humbuckers de 4 condutores e configurações de splitagem, defasem e série/paralelo


Esta postagem é a última antes de entrar nos circuitos elétricos de cada guitarra e também o último que entro mais afundo no funcionamento elétrico (meu conhecimento neste setor já está no limite). Trataremos de um tema comum a todas as guitarras com humbucker, enquanto os próximos serão posts individuais para Telecaster, Stratocaster e Les Paul/ES-335.
            Como vimos em Circuitos elétricos em guitarras - parte I – Captadores, os humbuckers são formados por duas bobinas. Estas possuem um entrada e uma saída. Se ambas as saídas estiverem conectadas entre si, temos um humbucker de 3 fios, sendo dois deles condutores (entrada e saída do circuito de duas bobinas) e um malha (terra). A vantagem das bobinas não estarem conectadas, é que se tem um humbucker de 4 condutores com a possibilidade de se manipular a conexão entre as saídas e entradas das duas bobinas:
- Conectando as saídas entre si e as entradas entre si, temos a configuração tradicional (em série).
- Timbre gordo de humbucker das Gibson
- Com a mesma conexão acima, alternando a entrada que vai para ponte com a que vai para o potenciômetro (as saídas vão juntas pra ponte) eu alterno a fase das bobinas (em fase e fora de fase).
            - Fora de fase: Timbre magro com o quack das Stratocaster
- Conectando a saída de uma bobina com a entrada da outra e vice-versa, temos a configuração de duas bobinas em paralelo.
            - Timbre magro, próximo ao de um single
- Conectando apenas a saída e entrada de uma bobinas, apenas esta irá funcionar (você pode escolher qual delas deseja que funcione). Ou seja, um humbucker funcionando com uma bobina só, assim como um single tradicional. Cancelar o funcionamento de uma das bobinas é chamado splitar (brasileirismo de Split = dividir)
            - Timbre magro, próximo ao de um single
            Alguns guitarristas acham o timbre em paralelo dos humbuckers mais próximo ao de um single, com a vantagem de manter o cancelamento do ruído, que as outras configurações não têm (com exceção da tradicional, claro). Eu, particularmente, prefiro o Split, porque acho o em paralelo um pouco anasalado. Vale lembrar que em ambos os casos a resistência é reduzida praticamente à metade, com consequente queda grande de ganho/volume. Já a configuração fora de fase vai te dar algo próximo àquele quack das posições 2 e 4 das Stratocaster. Está na dúvida de qual das configurações é melhor pra você? Procure no YouTube que tem milhares de vídeos comparativos! Como esse:

            A mudança entre configurações escolhidas podem ser feitas através de dois componentes diferentes (tem mais uma mais que vai aparecer só em um post futuro): chave de duas posições e push-pull (que é uma junção de potenciômetro com um chave de duas posições). A vantagem do push-pull é não precisar fazer novos furos em sua guitarra, porém é mais caro e mais difícil de soldar.
            É possível se ter acesso a mais de duas dessas quatro configurações no mesmo circuito. Não tratarei dos circuitos com essas configurações nos próximos posts, salvas algumas exceções, pois todas podem ser obtidas no site da SeymourDuncan. Vale lembrar que cada marca tem sua própria configuração das cores dos fios, incluindo a Malagoli (que tanto recomendo), que só vende humbuckers de 4 condutores. Ou seja, cuidado na hora de copiar os diagramas da Seymour Duncan com seus captadores de outra marca!
           

            Nos vemos no próximo post!

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Circuitos elétricos em guitarras - parte II - Ligações Moderna e Vintage (50s), Treble Bleed e Controle de Tone de duas bandas

Ligação: Moderna x Vintage (50s)

 Adentrando mais especificamente nos diferentes tipos de circuitos pra guitarra, resolvi começar por dois circuitos que abrangem todo tipo de guitarra que possui controle de tone. Primeiramente, é necessário compreender as características dos componentes.
O controle de tone compreende um filtro passa baixa (low-pass filter), ou seja, um filtro de frequências agudas, que, no caso, é formado por um resistor variável (potenciômetro) e um capacitor. Este tem a função de determinar a frequência mínima de corte, enquanto o potenciômetro tem a função de determinar a quantidade desta faixa de frequência que é desviada para o terra (com a variação da resistência). Os capacitores são, em geral, de .022uF para humbuckers e .047uF para singles. O blog Loucos Por Guitarra, mais uma vez, fez um excelente post sobre capacitores, o qual recomendo a leitura (tenho capacitores à óleo por causa deles). Potenciômetros, por outro lado, podem ser de dois tipos: linear (B) e logarítmico (A), e apresentar dois valores de resistência máxima (para guitarra): 250K e 500K (300K também é um pouco comum de ver, sobretudo em P90). 
Potenciômetros de volume são sempre tipo A (nosso ouvido compreende o volume desta maneira – a escala decibel é logarítmica), caso contrário, o primeiro funcionará como uma espécie de liga/desliga.  O potenciômetro de tone é uma questão de gosto. Neste vídeo há uma demonstração das diferenças no uso de pots tipo A e B para o tone: 
Vale lembrar que o próprio pot é um tipo de filtro passa baixa, que quanto maior seu resistência total, menor a quantidade de agudos filtrada. Por isso valores de 250K e 500K são recomendados para singles, naturalmente mais agudos (brilhantes), e para humbuckers, naturalmente mais graves (encorpados), respectivamente.
As variantes do circuito começam quando a Gibson muda a posição em que o pot e o capacitor se conectam, no início da década de 60. Desta forma, denominou-se o circuito anterior como vintage wiring ou 50s wiring e o novo de modern wiring. A diferença dos circuitos está apenas no fato do primeiro apesentar conexão do capacitor na entrada 1 do pot de tone, enquanto a segunda a conexão é na entrada 2 (do meio). Caso queira se aprofundar na diferença de funcionamento dos circuitos, recomendo este post.
A discussão sobre a escolha do esquema de ligação, por sua vez, está centrada no fato de se perder agudos ao diminuir o volume e vice-versa. Acontece que quando giramos o pot de volume no sentido anti-horário, estamos desviando parte do sinal para o terra, diminuindo, assim, o volume. Mas quando fazemos isso não estamos desviamos todas frequências na mesma proporção, mas sim desviando mais as frequências altas (agudas). Quando giramos o tone, por desviarmos uma faixa de frequência para o terra, também temos uma perda de volume. Mas onde estes circuitos se encaixam nesta discussão? A diferença principal é que o 50s vintage wiring permite uma menor perda de agudos com a diminuição do volume, enquanto o modern wiring permite uma menor perda de volume com o aumento de corte do tone. Eu, particularmente, gosto do primeiro, pois gosto de trabalhar com a dinâmica (como deixar, quando uso Overdrive, o volume da ponte no 10 e o do braço no 6-7 para alternar guitarra rítmica e solo com a chave seletora) e prezo a preservação do timbre a baixos volumes (sem perda de agudos).

O que nem todas as pesquisas me mostraram, entretanto, é que existe uma outra diferença bem notável para além da relação volume x agudos, que é a de timbre mesmo. As guitarras com todos os knobs no 10 soam bem diferentes entre si! O som na ligação 50s fica mais transparente e aberto, enquanto na ligação moderna fica mais encorpada e aparentemente comprimida. Nas palavras da Premier Guitar (sobre adotar a ligação 50s): “O timbre geral fica mais forte e mais transparente. É difícil descrever, mas é mais "na cara”. O tom das Les Paul Burst do final dos anos 50 foi descrito como tendo um “bloom" - a forma como as notas abrem depois de deixar a guitarra que é difícil de alcançar sem essa ligação.”
Não precisamos perder tanto do nosso tempo tentando descrever, porque existe um ótimo vídeo que compara as diferenças:

Vale lembrar que estas configurações não estão restritas às guitarras tipo Gibson (Les Paul, ES-335, etc..) podendo instalar, também, em Stratocaster, Telecaster e qualquer outra guitarra com controle de tone

Treble Bleed

Dentro dessa discussão sobre perda de agudos com a redução do volume, tem-se uma solução para os adeptos da ligação moderna: o Treble Bleed.
Treble Bleed é um pequeno circuito constituído de um capacitor e um ou nenhum resistor, que consiste em um high pass filter, um filtro que só deixa passar frequências mais agudas, para contrapor o low pass filter do circuito normal do tone. O Treble Bleed (Simple Treble Bleed) pode ser feito de três formas distintas: apenas um capacitor, um resistor em paralelo com um capacitor (Seymour Duncan’s Treble Bleed) e um resistor em série com um capacitor (Kinman’s Treble Bleed).

A escolha dos valores do capacitor e do resistor é bem pessoal, de acordo com seu ouvido e o que almeja com o Treble Bleed, e depende da guitarra também, podendo usar os valores-padrão encontrados na internet como ponto de partida. Em geral, quanto maior o valor do capacitor, mais “magro” fica o som quando se diminui o volume. Essa “magreza” pode deixar o timbre até meio artificial, sobretudo para humbuckers. Por experiência própria, experimentei o Simple Treble Bleed com valor de capacitor já bem abaixo do valor recomendado (680pF ao invés de 1000pF) e mesmo assim achei que ficou muito artificial. Por este motivo e por outros acabei mudando para a ligação vintage (numa Epiphone Dot). Este vídeo (este canal é sensacional, repare que é o mesmo do vídeo que compara capacitores de diferentes materiais, presente no final do post de capacitores do blog Loucos Por Guitarra) compara capacitores de diferentes valores como Treble Bleed:

          Controle de Tone de duas bandas: G&L Legacy "PTB" e Fender TBX

A sigla PTB vem do inglês passive treble and bass (agudos e greves passivos) e explica bem o quefaz: são dois tones em que um corta as frequências graves e outro as agudas. O circuito é muito útil com saturação (overdrive, distortion ou fuzz), pois a clipagem de graves é um ponto importante nestes casos. Segue o link. 

A Fender foi além e colocou o PTB em apenas um knob (a partir de um pot stacked - dois potenciômetros em um). Chamado de TBX, o circuito funciona de forma que, a partir do 5 no knob, corta frequências agudas (como um tone normal) ou graves (está aí a surpresa) dependendo do sentido em que se gira. Está presente na Fender signature do Eric Clapton e à venda individualmente também. Existem modificações propostas na enciclopédia de modificações de circuitos elétricos de guitarra que é a Premier Guitar (basta ver a quantidade de links deles que coloquei nos posts desta série).
E aí já definiu qual vai ser o esquema de ligação da sua guitarra? E o Treble Bleed, vai ter? Qual? E PTB? Ou TBX? Hahahaha os guitarristas e suas dúvidas...

Nos vemos no próximo post!

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Circuitos elétricos em guitarras - parte I - Captadores

Há meses tenho me controlado para evitar comprar mais equipamento (G.A.S atacando como sempre). Uma das estratégias que encontrei foi a de pesquisar como extrair diferentes timbres a partir do equipamento que já possuo. Umas das grandes linhas desta pesquisa se tornou a de tipos de ligação de captadores em uma guitarra, podendo adiquir vários timbres diferentes sem necessariamente mudar a guitarra ou mesmo a captação. Como essa linha é vasta, resolvi dividir em vários posts, em que este, o primeiro, tratará de um brevíssimo resumo do funcionamento de um captador e de princípios físicos de elétrica e ondulatória.
O experimento de Faraday
Pois bem, um experimento essencial para a compreensão da criação do captador de guitarra é responsável pela Lei de Indução de Faraday. Este cientista, Faraday, notou que era possível induzir corrente elétrica em um solenoide/bobina (sólido vazado formado por um fio condutor em torno de um eixo) ao oscilar o campo magnético em seu interior. Tal oscilação era gerada, no experimento, pelo descolamento de um imã, como mostra a figura ao lado.
A constituição de um captador single
Este princípio é usado nos captadores. Usando os captadores de uma bobina (singles e P90) tradicionais (de alnico) como exemplo, seus pinos são ímãs inseridos em uma bobina. As cordas metálicas, ao oscilar, interagem com os pinos, oscilando, também o campo magnético no interior da bobina. Como no experimento, isto promove a indução de corrente elétrica na bobina, que é transmitida até o jack. Imagine, agora, essa oscilação do campo magnético como uma onda: ora o campo magnético está forte, ora fraco; sobre e desce. Dessa forma, a transmissão de corrente elétrica também pode ser compreendida como a transmissão de uma onda, conceito que será importante daqui pra frente.

Pois bem, quando enrolamos duas bobinas em sentidos opostos (anti-horário e horário) e as colocamos sob a mesma variação de campo magnético (às mesmas cordas vibrando) o que acontece é que geramos duas ondas (uma para cada bobina) com fases opostas. A diferença de fase é a diferença de tempo ou distância entre duas ondas, que pode ser resumidamente explicada assim:
Ondas fora de fase

- Imagine duas ondas iguais caminhando juntas; subindo e descendo juntas. Agora imagine que uma começou a caminhar antes da outra. Elas estarão descompassadas, ou seja, quando umas estiver no topo (ou no vale) a outra não estará e vice-versa.
Quando as fases são opostas quer dizer que enquanto uma onda atinge seu pico, a outra atinge seu vale, e vice-versa. Acontece que quando duas ondas de fases opostas se encontram, se anulam. Pois é, muita física só pra explicar que duas bobinas enroladas em sentido contrário e sob a mesma vibração de cordas anulam frequências (ondas) entre si (desculpem mas achei que valia à pena explicar). 
Adição de ondas de fases opostas resultando em anulação
Figura-resumo das observações de Seth Lover - retirado do artigo da SD
Nas pesquisas de Seth Lover, na época engenheiro da Gibson, isso tinha um lado bom e um lado ruim. O lado bom é que resolvia o problema ao qual foi destinado a resolver: sumir com o ruído dos captadores de uma bobina (P90 no caso). Por outro lado, criava o problema do captador ficar mudo (anulação total das frequências). Ele observou, entretanto, que se a polaridade do ímã de uma das bobinas fosse invertida, apenas o sinal captado das cordas ficava com fase oposta. Consequentemente, concluiu, assim como muitos de vocês devem estar fazendo agora, que duas bobinas tivessem polaridade de ímã e enrolamento opostos, o ruído seria anulado e o sinais das cordas não. 
O captador humbucker

A última grande sacada deste gênio foi colocar um mesmo ímã para as duas bobinas, de forma que a posição de cada uma no captador fosse suficiente que os campos magnéticos em cada uma fossem opostos. Estava criado o humbucker, que vem de “buck the hum” (cancelar o zumbido)! Tudo isso está muito bem explicado neste  e neste artigos da Seymour Duncan.

Em guitarras tipo stratocaster, as posições 2 e 4 também apresentam cancelamento de ruídos pelo mesmo princípio, porém com o captador do meio apresentando enrolamento e ímã de polaridade reversos (já que não é um ímã só para duas bobinas), conhecido como RWRP (Reverse-Wound and Reverse Polarity). O mesmo acontece para as posições do meio de Telecaster e Les Paul (sim, dá pra fazer isso entre dois humbuckers). Todos esses timbres se incluem no timbre “fora de fase” (out-of-phase).
Além do conceito de fora-de-fase é necessário compreender o de série-paralelo. Revivendo, novamente, a física do colegial temos a resistência equivalente. Resistência equivalente é aquela que pode representar dois ou mais resistores em um circuito. Seu valor, entretanto, depende da forma que associamos estes resistores, podendo ser em série ou em paralelo. Quando em associados em série, a resistência equivalente aumenta (corresponde à soma de ambos), quando em paralelo, ela cai (seu inverso é a soma dos inversos das resistências associadas). Sabendo que bobinas são resistências e que quanto maior seu valor maior é o sinal de saída deles (sinal de entrada/ganho de entrada no amplificador ou pedais), associação em série nos dá um timbre com maior ganho e mais gordo e macio enquanto em paralelo nos dá um som de menor ganho, mais magro e brilhante. Tradicionalmente, as bobinas em um humbucker estão ligadas em série, enquanto a ligação padrão entre diferentes captadores (humbuckers ou não) numa mesma guitarra (Telecaster, Stratocaster, Les Paul) é em paralelo. A associação tradicional fora de fase (com cancelamento de frequências) e em paralelo (com queda da resistência) das posições 2 e 4, da Stratocaster, e meio, da Telecaster e Les Paul, explicam a pequena queda de ganho nestas posições.
Os primeiros circuitos que vocês verão nos próximos posts se resumem a diferentes associações entre captadores, entre bobinas em um mesmo captador e entre bobinas de diferentes captadores.



Nos vemos no próximo post!

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Pedais Catalinbread Wiio e Royal Albert Hall (RAH)

Dando continuidade ao último post, enquanto pesquisava sobre os amplificadores Hiwatt também me interessava pelos pedais tipo amp-in-a-box. Essa categoria de pedais corresponde a circuitos desenvolvidos para se comportar como um amplificador específico, os quais virei fã de carteirinha. Existe uma enorme gama destes pedais, em que, citando apenas alguns temos:
- Simuladores de Marshall Plexi e/ou JCM800: Catalinbread Dirty Little Secret, Wampler Plexi Drive, Wampler Plexi Drive Deluxe, Wampler Plextortion Lovepedal COT50, Lovepedal Purple Plexi, JHS Charlie Brown, JHS Angry Charlie, Xotic BB Preamp, e, porque não, o brasileiro Fuhmarnn Classic 800
- Simuladores de Fender Tweed: Wampler Tweed 57, Boss FBM-1, Catalinbread Formula 5
- Simuladores de Fender Blackface: Wampler Black 65, Boss FDR-1
- Simuladores de Vox AC30: Wampler Thirty Something, Catalinbread CB30, Catalinbread Galileo
Como pode-se ver, Catalinbread e Wampler são duas companhias que se destacam esse ramo. A primeira, especificamente, me cativou ainda mais por ser ainda mais ousada e apresentar pedais amp-in-a-box de sistemas de delay de fita clássicos Echoplex (Catalinbread Belle Epoch) e Binson (Catalibread Echorec, um sonho de consumo) e de amplificadores para além do tripé do som vintage (Fender, Marshall e Vox). Neste segundo caso, durante minhas pesquisas, encontrei algo que não sei como ainda não havia pensado: pedal amp-in-a-box de Hiwatt. A Catalinbread não satisfeita, ainda me alegrou em dobro: dois pedais diferentes com duas leituras diferentes dos Hiwatt. A primeira leitura é da sonoridade clássica da marca britânica de amplficadores, calcado no som do The Who (infelizmente já descontinuado), chamado de Catalinbread Wiio, enquanto a segunda, a cereja do bolo, merece uma descrição mais longa:
Jimmy Page havia pedido um amplificador sob medida para Dave Reeves, fundador, dono, e desenvolvedor dos amplificadores Hiwatt, que unisse as qualidades da marca a agressividade de um Marshall Plexi (amplificador padrão de Page). Não bastasse tudo isso, o amplificador em questão (e caixas 4x12) foi o utilizado numa das melhores apresentações do Led Zeppelin, e a melhor gravada em vídeo, em 1970 no Royal Albert Hall.

Este vídeo mostra a abertura do show (pra mim, a melhor abertura da história do rock) com We're Gonna Groove, e, de vez em quando, consegue-se ver os cabeçotes. Que timbre!:

Esta é uma foto de Page no documentário It Might Get Loud de 2008 com o inseparáveis cabeçotes Marshall e Hiwatt ao fundo:


A história, a performance e o timbre foram suficiente para demandar um pedal que tentasse reunir tudo isso: Cataliebread RAH (Royal Albert Hall). Foi a primeira vez, e única, que ouvi falar de um pedal que tentava recriar o timbre de um show.
Acontece que não tinha contatos nos EUA muito menos dinheiro para comprar um Catalinbread Wiio ou RAH, e, justo neste momento, me apareceu mais um golpe de sorte nesta trajetória timbrística. Fuçando mais na internet, descobri a comunidade Handmades Brasil, que abriu meus olhos para o mundo handmade. Um mundo de melhores componentes, customização e atendimento que as grandes marcas (Boss, Electro Harmonix, etc...) com qualidade equivalente e preço muito inferior aos importados de boutique (Wampler, JHS, Catalinbread, etc...). Já havia encontrado os circuitos dos dois pedais em questão na La Révoultion Deux (que está na lista de blogs do Guitarra Timbrada) e estava à procura de alguém para confeccioná-los. Conversando, entre uma cerveja e outra, com um amigo da faculdade do curso noturno, o Lucas, do qual vão ouvir falar bastante por aqui, descobri que o cara é técnico em eletrônica! Na hora me passou uma infinidade de pedais que poderia fazer com ele, e ele, como sempre, se empolgou na hora e topou o desafio. Me fez um preço tão em conta que nem precisei me decidir por um dos dois.

Era o começo de muitos pedais que vocês verão por aqui. O resultado foi ótimo: além do timbre, toda a dinâmica (resposta à intensidade do toque e ao knob de volume), que é marca registrada destes pedais, está lá! Pretendo fazer um post no futuro com um vídeo mostrando a qualidade destes pedais e comparando eles quanto à agressividade, mais "Plexi" do RAH e mais punch do Wiio, e às diferenças na equalização. Como aperitivo fiquem com três vídeos do YouTube dos originais:



sábado, 20 de agosto de 2016

O Timbre dos Hiwatt

Meu apreço pelos amplificadores Hiwatt começou quando eu e minha banda fomos ensaiar em uma sala diferente da que costumávamos alugar (a mais barata sempre) no estúdio. O habitual  Fender Frontman 212R, então, deu lugar ao Hiwatt G100R cujo som do canal clean não saiu de minha cabeça por vários dias.
A princípio achei que tinha gostado apenas por se tratar de um novo timbre, ao qual não estava acostumado, porém, mais alguns ensaios e a vontade de agendar um horário na sala só para tocar naquele amplificador novamente, mesmo que sem a banda, desmentiram a teoria. O Hiwatt G100R é, sem dúvida, um dos melhores amplificadores tranzistorizados no mercado brasileiro, os quais pretendo listar em um post no futuro.
Instigado por não conhecer, fui pesquisar um pouco sobre a Hiwatt e cheguei em nomes como Pete Townshend, David Gilmour, Martin Barre e Jimmy Page. Sempre fui fã dos timbres de Pete Townshend e David Gilmour porque ambos apresentavam um timbre bem britânico em seus amplificadores, porém não tão agressivos (em timbre né) quanto seus contemporâneos Jimmy Page, Eric Clapton (no Cream) ou George Harrison (nos Beatles). O timbre é mais comprimido/equilibrado e com mais punch de graves e agudos mais suaves e redondos. Acredito que muito disto tudo se resume (bem resumidamente) ao fato dos amplificadores Hiwatt ressaltarem mais os médio-graves que os médio-agudos em relação aos amplificadores Marshall e Vox, que, por sua vez, caracterizam o timbre britânico desta época. Tudo isso, porém, sem deixar de ter uma sonoridade britânica. 
Achei este vídeo no youtube comparando um Marshall e um Hiwatt que mostra um pouco desta diferença:

Isto tudo resulta no que tanto me agrada no timbre dos dois guitarristas em questão: 
- um punch inigualável no overdrive (sem ser muito agressivo), associado aos captadores P90 e o jeito de tocar de Pete Townshend (resumido no riff de Won't Get Fooled Again)
- um clean gordo e equilibrado, porém britânico (porque estes aspectos estão relacionados a amplificadores tipo Fender, geralmente), de David Gilmour, resumido nos solos de Shine On You Crazy Diamond.
É muito importante lembrar que parte da "receita" deste timbre se deve aos falantes. Arrisco dizer que, na verdade, a maior parte se deve a eles, pois acredito que os falantes são a parte mais importante no timbre de um amplificador (falarei mais disso futuramente). A importância dos falantes Fane (estes dos quais falo) desta época é tamanha que não só a própria marca continua produzindo para as caixas Hiwatt como também as duas outras linhas pra guitarra da marca (AXA e Medusa) são inspirados neles. Algumas das principais marcas do mundo também têm seus modelos baseados nos Fane: Eminence Tonker e Tonkerlite e Weber FC12.
Achei este vídeo no YouTube, que compara um falante vintage Fane com um WGS Reaper (uma versão do Celestion G12H,um dos maiores responsáveis pelo timbre Marshall das décadas de 60 e 70 junto ao o Celestion Greenback). Dá pra notar a proximidade que o Fender Bassman adquiri aos Hiwatt somente pela mudança do falante, e, consequentemente, na capacidade do falante de modificar o timbre de um amplificador:

A admiração pelos amplificadores Hiwatt, posteriormente, me levou aos pedais Catalinbread, os quais irei falar no próximo post. Então:

Nos vemos no próximo post!

Etna: Minha Strato SX SST Ash

Em geral quando lemos sobre a primeira guitarra encontramos publicações saudosistas e de gente que até hoje guarda a sua. Meu caso é um pouco diferente. Embora tenha passado bons momentos com minha Eagle Strato dada pelo meu padrinho (chinesa, do século XXI, não as de qualidade da década de 90) não sinto saudades dela (mas sou eternamente grato, dindo, hahaha). A guitarra era realmente ruim, braço duro e ferragens de péssima qualidade, em especial as tarraxas: lembro-me de pedir para a banda “descer” meio tom pois as tarraxas, que embora não tivessem trava, travavam no giro (rsrs) e não permitiam “subir” mais a afinação.
Foi durante o colegial, comendo salgado no almoço e guardando o troco (minha mãe quase me matou quando descobriu) e com umas outras economias que consegui comprar uma Epiphone Les Paul 100. Queria uma Les Paul, queria ser Jimmy Page. Timbre nem passava pela minha cabeça, até porque se passasse não iria terminar com essa guitarra, muito menos uma nova. Vi a besteira no ano seguinte quando tive a oportunidade de tocar uma Les Paul Epiphone Standard do meu amigo João Sampaio, hoje na banda Os Amanticidas, com um lindo flame top, que ainda vou publicar aqui. Estava decidido a copiá-lo, e, embora não tivesse o mesmo top, consegui adquirir uma excelente coreana (construção superior, em geral, e ainda com tarraxas vintage em tulipa) e na cor honeyburst. Minha inexperiência era tão grande que toquei com ela por um ano com todos os knobs de volume e tone no 10, sem tocar na chave de posição e sem notar que o captador do braço estava invertido.
Mas por quê estou falando tudo isso se o post era sobre minha strato?
Pois bem, estive eu acostumado com a sonoridade dos humbuckers e da Les Paul, sem tocar minha Eagle há uns 4 anos, quando lembrei dela e decidi retirá-la do fundo do guarda-roupa para brincar um pouco. Quando toquei o primeiro acorde, demorei mais de um minuto para tocar novamente. Não entendia como era possível sair um som tão diferente e tão bonito. Aquele timbre cristalino e principalmente profundo e estalado do captador do braço (sou um grande fã desta posição na strato) me cativaram. Conseguia escutar o Jimi Hendrix naquela guitarra. O impacto daquele timbre foi tão grande que fiquei me perguntando durante dias, semanas, que, se aquela guitarra tão mal construída podia soar legal, imagina uma strato boa!
Decido em comprar uma strato, fui pesquisar sobre as melhores custo x benefício e os valores associados. Foi aí que descobri o blog Loucos Por Guitarra, na publicação sobre as guitarras SX, em especial a sobre a SX com corpo de Swamp Ash, com a qual ele teve o melhor resultado (depois que adquiri ele mostrou a superioridade das guitarras da marca Vintage). Neste post, o Paulo e o Oscar trocam quase tudo na guitarra, ficando quase só com o corpo e o braço de originais. Eis que estava orçando quanto ficaria copiar esta empreitada que encontrei, por uma incrível coincidência, um vendedor no MercadoLivre vendendo sua SX Swamp Ash, com corpo em duas peças (!), com ponte e saddles fender, bloco manara, escudo branco envelhecido, verniz fosco e captadores Malagoli Alnico Blues. Tudo, com exceção dos captadores e da manutenção das tarraxas originais, exatamente como no post! E tudo por um excelente preço e perto de São Paulo!
A SX SST Ash como vem de fábrica

Obviamente, comprei a guitarra, mas vendi os captadores (me arrependo até hoje, pois não conhecia a Malagoli e vi que valiam um dinheiro) e comprei um trio de captadores Fender Custom Shop 69’. Estão vendo o que é falta de conhecimento? Se conhecesse a Malagoli na época, teria comprado o Custom 69 deles e teria garantia vitalícia (só não digo que economizaria dinheiro porque achei alguém que pudesse trazer dos EUA pra mim e o dólar estava baixo na época). Minha nova strato soava como nunca, principalmente por causa dos custom 69, que, ao contrário dos 57/62 e dos 54 são feitos com fio Plain Enamel, que diminui o estalado e confere uma profundidade aos graves linda, ao meu ver, bem na pegada do Hendrix (em um post futuro irei falar de outro captador feito com este fio). Ressalto a importância do bloco de aço Manara neste timbre, também, que considero o melhor upgrade em uma strato, acima da troca de captadores, inclusive (faz corpo e braço vibrarem muito em conjunto).
Embora o timbre seja maravilhoso, a pegada deixa um pouco a desejar. Não é o caso de ser ruim mas é inferior a qualidade sonora da guitarra. O corpo é alguns milímetros mais fino que o padrão Fender, que por um lado alivia no peso e por outro retira parte da sensação de “potência” do instrumento. O braço é gordo mas o raio da escala é muito plano (14”, odeio) o que dá, na verdade, uma impressão de ser fino. Isto, somado ao shape em D, dá uma pegada bem ruim nas laterais. Acho bizarro como um braço que reuni aspectos que gosto, gordo e com shape em D, consegue ser ruim pra mim (daí a importância do raio da escala!).
A strato ficou assim durante mais de dois anos, até que decidi unir o útil ao agradável: precisava comprar umas peças na Guitar Fetish e aproveitei para comprar um jogo de tarraxas Wilkinson EZ-lok em linha. Da mesma forma, aproveitei que teria que retirar as cordas e as tarraxas para mudar totalmente sua aparência: “consertar” o bico de papagaio do headstock, blindar, trocar o escudo por um de cor creme, retirar o verniz fosco do corpo (que estava inteiro trincado e batido), tingir o ash e envernizar novamente. A ideia era ressaltar os veios lindos do ash e deixá-lo na cor marrom escuro.
Lixei o corpo com uma lixadeira com uma lixadeira orbital do meu cunhado e lixas 400-1200, que deu muito suor e trabalho.
Depois de lixado, tingi o corpo com anilina (tonalidade imbuia), passando algumas demãos extras nas bordas (tentando um degradê para o centro do corpo). Envernizei com verniz spray de acabamento brilhante sem passar seladora. O ash é uma madeira bem porosa então absorveu bem o verniz e não deu um aspecto tão brilhante (eu não poli com cera também, embora ainda pretenda fazer um dia). Dentre os defeitos encontrados, teve o de ter colocado muita pressão na lixadeira, o que resultou em sulcos espiralados salientados no tingimento, e o de não ter conseguido retirar o antigo verniz em todos os cantos, o que resultou em pontos claros no corpo. Também tive que refazer os furos do escudo, porque o anterior ou o novo não apresentavam mesmo padrão. Esta diferença também resultou num mal contato nos pots que ficaram pressionados entre si e com a madeira (problema simples que vou resolver mais pra frente).
O headstock refiz com ajuda da grosa e de lixas (aproveitei para colocar um decalque fender). Dentre os erros ficou a descontinuidade entre os vernizes recente e antigo (que era esperado e que não consegui suavizar com lixa), e, na pressa de instalar as tarraxas e regular, o verniz ainda não estava 100% seco e acabou torcendo:

Apesar dos problemas citados eu fiquei muito satisfeito e orgulhoso pelo resultado final:
Apesar de tudo, veios bem destacados
Ainda mais destacados deste lado

Decalque Fender ligeiramente torto
O verniz "torcido"
Pontos amarelados onde o verniz não saiu e o tingimento não penetrou

Como foi a meu primeiro trabalho com madeira, decidi chamá-la de Etna, que corresponde à oficina de Hefestos (deus grego dos artesãos), e também porque sou geólogo e os bonitos veios dela me lembram fluxo de lava. 
Essa é a minha strato, adquirida num golpe de sorte, que pretendo, em posts futuros, apresentar alguns áudios. 


Até o próximo post!

O Primeiro Post

O universo da guitarra, mais especificamente o do timbre de guitarra. Tão vasto com seus pedais, amplificadores, captadores, guitarras (obviamente) e muito mais coisas, e tão interessante, capaz de nos proporcionar os mais diversos sentimentos. Tão especial para nós que até mesmo um simples sentimento consumista precisa de uma sigla específica: GAS (Gear Acquisition Syndrome), a qual fiquei muito surpreso ao descobrir não ser apenas uma sigla e sim um termo realmente técnico (ao vê-lo no Wikipedia hahaha).
Parte por GAS, parte pelo espírito empirista, os últimos anos foram de algumas experiências e muitas pesquisas sobre este vasto universo, as quais, junto a bons trabalhos como os dos blogs Loucos Por Guitarra e Minha Guitarra de Cedro, me incentivaram a criar este blog, com intuito de compartilhar o que aprendi e aprender ainda mais com você, leitor.
Como tudo dentro do tema “timbre de guitarra” é baseado no gosto do guitarrista e como muitos posts serão experiências que o guitarrista que lhe escreve fez, achei imprescindível contar um pouco da minha história e minhas preferências. Assim sendo, inspirado no primeiro post do blog Minha Guitarra de Cedro, decidi fazer deste primeiro post um breve resumo sobre minha trajetória.
Me mudei para o bairro da Pompéia (sei que essa informação parece meio perdida, mas será importante para futuros posts), na cidade de São Paulo, aos 3 anos e nunca mais saí (hoje tenho 23). Comecei tocando violão de forma autodidata aos 11 anos com ajuda do meu pai e do meu irmão, que já tocavam, e dos sites de cifra na internet. Muito do que considero bom na pegada/tocabilidade de uma guitarra provém deste meu começo no violão de nylon, como braços gordos com shapes U ou D (C não é de todo ruim também), por exemplo. Continuei autodidata até o segundo ano do colegial (2009) quando fiz um ano de aulas particulares de violão para corrigir algumas coisas e aprender um pouco sobre improvisação (só fixei a pentatônica mesmo, infelizmente). Posteriormente prossegui como autodidata. Dessa forma, já afirmo que não sou um bom guitarrista (sou intermediário) e talvez meu conhecimento técnico sobre pedais, captadores, etc, seja superior à minha qualidade técnica como instrumentista (façam o que eu digo não o que eu faço haha). Pretendo colocar alguns vídeos dos meus equipamentos em ação, então não se assustem com minha deficiência técnica.
Minha história no universo do timbre de guitarra, de forma mais profunda, só teve início no segundo ano de faculdade (2012), quando me reuni com amigos para formamos uma banda. Agora como universitário, tinha conseguido juntar uma grana com a bolsa de iniciação científica e dando aulas particulares de química e desejava comprar uma nova guitarra (substituir minha Epiphone Les Paul 100 – que guitarra horrível; péssima compra) e necessitava comprar um novo amplificador, visto que um Marshall MG15 não iria dar conta nem dos ensaios. A limitação financeira de estudante, e, atualmente, de formado não-assalariado, é importante nesta trajetória, visto que sempre tive que escolher o melhor custo x benefício das coisas. Isto desencadeou o meu apreço por amplificadores transistorizados (sim, eu gosto), a descoberta dos pedais handmade, a customização de guitarras chinesas, e, principalmente, a valorização do trabalho brasileiro, que possui muitíssimas coisas de qualidade (dentre elas, madeiras!!!).  As primeiras pesquisas foram na busca de amplificadores, pois a guitarra já estava decidida: uma Epiphone Les Paul Standard (essa sim, coreana, uma maravilha). Comprei um Giannini Thuder Sound SL em um combo 2x12, com falantes Novik, talvez a pior compra da minha vida. Muitíssimo pesado e alto (em volume: moro em apartamento!!), que, apesar de revisado, só me deu problema por causa do transporte para os ensaios.
Depois de gastar mais de 50% do que havia pago nele em consertos, justamente quando ele estava em perfeito funcionamento, não me sentia mais confortável em tocá-lo. A válvula quente não me dava tesão, só me dava medo, e, na minha opinião o que importa é a diversão, não somente o timbre. Vendi e até hoje não me sinto confortável com um valvulado (embora aquele tenha sido, sonoramente, o melhor amplificador no qual toquei). Posteriormente, descobri que ele foi revisado e teve seu combo confeccionado pela JW Tubes (processo que pode ser visto aqui), de onde consegui estas fotos dele (quem comprou se deu muito bem, porque estava perfeito depois dos consertos):
Acontece que ele era um amplificador sem saturação, ou seja, minhas pesquisas prosseguiram nos pedais de drive os quais comecei com um Marshall Bluesbreaker II e um Boss FBM-1 (novamente compras horríveis), e daí por diante nunca mais parei de pesquisar.
Por fim, ressalto meu gosto musical, o qual se concentra nas décadas de 60 e 70 (meu gosto por rock, por exemplo, termina em 1980 com a morte de John Boham e o fim da minha banda preferida) e em bandas atuais inspiradas nesta época, tais como Tame Impala, Temples e as brasileiras O Terno e Boogarins. Ou seja, dificilmente você, leitor, verá posts sobre pedais distortion, guitarras superstrato, virtuosismo demasiado, como conseguir o timbre do Slash (esse com certeza não estará aqui hehe), etc, até porque não tenho conhecimento para falar sobre. De qualquer forma, sintam-se livres para comentar e sugerir os temas :)

Nos vemos nos próximos posts!