Começa
hoje uma série de posts sobre
guitarras antigas que adquiri. Foi mais de um ano que este blog ficou sem publicar e muita coisa ocorreu neste meio tempo, principalmente
com instrumentos, cujas reformas, procura de peças, negociações, entre outras
coisas, me tiraram o tempo de escrever aqui. Não só volto, entretanto, como
retorno falando de muita coisa legal!
Resolvi
começar essa série a partir de um sonho antigo. Desde que comecei a pesquisar
sobre instrumentos antigos brasileiros, caí na graça, como tantos, da Giannini
Supersonic. Esta guitarra é uma das mais simbólicas, se não o holy grail, das produções brasileiras
antigas, por sua originalidade, qualidade e sucesso (sendo a primeira e
principal guitarra do Edgar Scandurra, por exemplo). A história desse modelo no
Brasil e de seus amantes merece um post
especial, que, portanto, não aprofundarei aqui.
Voltando
ao meu exemplar em específico, gosto de dizer que minhas guitarras preferidas não fui eu
quem foi atrás delas, mas sim as próprias que vieram até mim. Na manhã do meu
aniversário, estava despretensiosamente olhando o Facebook quando dei de cara com um anúncio de venda de corpo,
braço, ponte e knobs de uma Giannini
Supersonic do final da década de 60, período de produção mais prestigiado para
este modelo. Foi a deixa para a compra do meu presente de 24 anos. Como se não
bastasse tudo isso, o vendedor era ninguém menos que o excelente músico e aficionado
por instrumentos brasileiros antigos Fernando Temporão, o qual tinha ouvido
falar justamente uma semana antes nesta publicação do blog Minha Guitarra de Cedro do meu amigo e vizinho Gabriel
Longhitano. As coincidências foram suficientes para afirmar que Eva, nome o qual
batizei após literalmente sonhar com a guitarra com esse nome, veio até mim por
puro instinto.
Corpo
maciço em Cedro apenas envernizado (natural é a melhor pintura, sempre, no
máximo um tingimento), braço em peroba muito gordo e redondo (melhor impossível),
escala em jacarandá-da-bahia lindíssima, knobs
e plate numerado que são a parte mais
bonita da guitarra. Para completá-la comprei captadores Fender Pure Vintage 65’
(não vieram com os originais sextavados do Seu Vitório, infelizmente), que
também merecem um post exclusivo, um
lindo escudo creme feito pelo Rafael Lopes Luthier, elétrica 50s wiring com capacitor à óleo Cherry
.47 uF, também nacional, potenciômetros Alpha e blindagem e tarraxas vintage
Wilkison EZ Lok (foi complicado encaixar mas entraram). O nut e os trastes jumbo foram serviços da LPG Luthieria do
sempre prestativo e gente fina Paul.
![]() |
| Foto do Fernando Temporão quando o braço estava à venda. Nota-se a escala bem suja |
Corpo
maciço em Cedro apenas envernizado (natural é a melhor pintura, sempre, no
máximo um tingimento), braço em peroba muito gordo e redondo (melhor impossível),
escala em jacarandá-da-bahia lindíssima, knobs
e plate numerado que são a parte mais
bonita da guitarra. Para completá-la comprei captadores Fender Pure Vintage 65’
(não vieram com os originais sextavados do Seu Vitório, infelizmente), que
também merecem um post exclusivo, um
lindo escudo creme feito pelo Rafael Lopes Luthier, elétrica 50s wiring com capacitor à óleo Cherry
.47 uF, também nacional, potenciômetros Alpha e blindagem e tarraxas vintage
Wilkison EZ Lok (foi complicado encaixar mas entraram). O nut e os trastes jumbo foram serviços da LPG Luthieria do
sempre prestativo e gente fina Paul.
A
guitarra tem um timbre bem aberto, mais do que todas as guitarras que tive
incluindo a Etna, com corpo de Swamp Ash. Entendo os comentário do blog Loucos Por Guitarra quando afirmam
a falta de médios do cedro, mas isso é fator importante para deixar o timbre
mais aberto e cristalino do que em outras guitarras Fender. O braço de peroba,
madeira duríssima, também deve ter papel importante nesta “abertura” de timbre. Eu
particularmente gostei muito, sobretudo da posição braço+ponte (que nas strato de
fábrica não existe, veja só) fora de fase que fica em algo entre telecaster e
jaguar. A ponte original é big block
em aço, que, junto ao corpo leve e provavelmente bem seco (afinal são 50 anos
de história) fazem tudo vibrar intensamente e ter ótimo sustain. A guitarra respira e vive! Mais tarde consegui um case original da Giannini, de um modelo anterior da Supersonic, com o Gabriel Coriolano do blog Estúdio 218.
Até
o próximo post!



